quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Dois

Por nós, deitados a beira-mar, com sorrisos estampados, contidos. A alma entrelaçada na carne, em dois, em um, em nós, perdendo a vertente da vista. O céu frio e cinza e nossos corpos tão brilhantes contrastando perfeitamente. Pensamento cabido a exclusividade, ao sentido de tudo e o ser nada, deixando completamente de lado. Sem saber, sem um porque, sem dúvidas, sem arrependimentos.
O único porque que existe é aquele que olho pra frente e só consigo enxergar nossas mãos entrelaçadas ingenuamente conectadas em um elo perfeito, seguro. Esqueço da carne, por surpresa, e me apego a ti, e o que me resta são minhas palavras desconcertadas que te dedico até o meu último dia, até o meu último cigarro.