quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Carta Extraviada 2

Minha querida,

Meus pensamentos hei de desculpa-los todos, eles não pediram para serem pensados, apenas foram. Os segundos são dias no intrínseco mundo em que me meti. Não poderia dizer-te de que fantasmas e demônios me cercam e me sugam. Não poderia dizer-te a súbita premissa de dor que me atingiu aos montes e com ruidoso penar. Sóis e luas me passaram, passei por eles despercebida, meu inconstante silêncio e murmúrios se abafaram pela salgada e amarga dor do esquecimento.

Tentei ater-me às nossas ternas lembranças, porém não consegui afaga-las da terrível imaginação que me consome. Se tento lembrar-me do teu beijo, outros lábios encostam os teus que não os meus, se me atento ao teu toque, outras mãos a te consolam e a partir daí minha doce amada, não suportaria imagina-la mais, seria uma dor a qual eu não me prendo a sentir.

Em meu âmago escondo tuas lembranças, de sua pele recostada na minha, de tuas mãos descansando em meu ombro e do teu coração debruçado em meu peito. Perco o juízo em, por um milésimo quebrado de tempo, imaginar tais lembranças poluídas por outras lembranças imaginadas e cruéis a mim.

Tenho de ti o que sobrou a mim, apenas o teu passado que por alguma ventura, ou desventura, entrelaçou-se ao meu. O teu princípio, o nosso princípio, aquele que nenhum ser humano ou força maior pudesse nos alcançar.

Questiono-me, por que insisto em teus passos vazios, na tua sombra que me esconde? Por que a dor atina de forma sombria e solitária? Dei-me de conta que não havia felicidade na terra, na lua ou em outro astro qualquer que pudesse chegar ao chão da felicidade que eu encontrei em ti. De vício à penumbra, à dor, ao sofrimento e por fim à solidão.

Diante disso, quem seria o bem-aventurado? O que encontrou a felicidade e por algum infortúnio a vida a tirou dele ou aquele que jamais soube que tal grandiosidade divina existia por entre pecadores? Se a vida, de fato, tivesse nos dado o livre-arbítrio, faria a escolha de encontrar e perder, porque apesar de sentir essa dor tão intrínseca a mim, eu saberia que, ao menos uma vez, eu teria sido completa.

Desejo ser completa ao teu lado, pois não há outro lugar no mundo onde eu queira estar. Como eu lhe disse antes, o meu futuro é contigo e se eu acredito nele hoje é por sua causa. Minha pequena, ele será nosso e de mais ninguém. Independente de quantos amantes nos cercarem e nos afastarem, meu coração é teu. Te amo com tudo que tenho.

P.s.: "but on and on, from the moment I wake to the moment I sleep, I'll be there by your side."

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Carta Extraviada

"Quisera eu ter-lhe escrito tais palavras porém outro alguém o fez melhor do que eu jamais o faria. Tenhas estas como minhas, dando o devido valor a todas elas como se fossem inéditas e exclusivas tuas pois apesar de estarem distribuidas, queria eu te-las juntado antes que outra o fizesse. O amor que sinto é teu e intransferível. Amor este que guardo em mim, em ti, em nós. Amor que nos aguarda a eternidade seguinte e dessa vez sem pedir passagem ou permissão, ele será nosso e de mais ninguém. Continuo em ti, minha pequena e não solto, porque não teria onde mais segurar. Serei teu porto-seguro enquanto precisares de mim e espero que nunca deixes de precisar. Teu sorriso ilumina a minha solidão mais fria e aquece minha alma, que sem a tua é incompleta. Por mais que insistas em fazer doer, eu insisto em te amar, vou assim até onde for possível suportar. Minha pequena, amor nenhum terás igual ao meu, o amor que tudo espera, tudo aguarda, tudo suporta. Arrisco dizer que o nosso amor é para uma vida inteira, então o pequeno espaço de tempo que nos separa não será suficiente pra me manter longe de ti. Amor da minha vida, amo-te com tudo que tenho e em momento algum duvide deste amor."