sábado, 27 de novembro de 2010

Non sense

Não sei o que veio a calhar nesse triste final de tarde lembrar-me de você. Talvez tenha sido as exageradas doses de uma bebida forte, tal qual chamam de absinto, mas talvez tenha sido a memória recorrente de uma noite sentindo concretamente as palavras entrarem em contato com meu corpo, porém talvez podia ser novamente a tal bebida, mas acho que não seria apropriado, muito menos convincente. Não sei o que me veio a calhar lembrar seu rosto, porém esquecer a voz que encanta por trás de tal beleza fria. Lembrei-me agora de uns outros versos que havia te escrito, será que te lembras como eu? “Das mãos frias como a neve, mas quentes como o sol?” Não lembro de muita coisa do passado, mas recordo bastante das sensações. Sensações, eu tive bastante delas quando te encontrei. Acabei de dar-me conta que há muito não escrevia alguma coisa. E quando finalmente escrevo, é para ti? Será que a culpa é sua por tirar-me inspiração e agora trás me de volta aos pesares e em grãos? Não, me importa porém o silêncio que o lado oposto transmite e silencia a tarde escura de um sábado.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Dois

Por nós, deitados a beira-mar, com sorrisos estampados, contidos. A alma entrelaçada na carne, em dois, em um, em nós, perdendo a vertente da vista. O céu frio e cinza e nossos corpos tão brilhantes contrastando perfeitamente. Pensamento cabido a exclusividade, ao sentido de tudo e o ser nada, deixando completamente de lado. Sem saber, sem um porque, sem dúvidas, sem arrependimentos.
O único porque que existe é aquele que olho pra frente e só consigo enxergar nossas mãos entrelaçadas ingenuamente conectadas em um elo perfeito, seguro. Esqueço da carne, por surpresa, e me apego a ti, e o que me resta são minhas palavras desconcertadas que te dedico até o meu último dia, até o meu último cigarro.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

please god, let me forget for just one day

"Im on a trip, I can't get off, can't get over. I want it all, I want it all inside of you,and I know I'm never gonna be inside of you. And I know I'm never gonna see inside of you, because you know I'm gonna fall and you'll be waiting for it."

how high?

O pensamento incrustado no corpo, cravado na pele, um vício, uma droga. Meus pés desconcertados afundam na areia branca, quente, exausta. O vento cortando o som, o gemido, o sorriso, acabo me perdendo nesses estranhos prazeres que me consomem.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

o corpo exausto, seguro, sozinho
Sem transformação ou deformação
Como ou porque?
e o controle?
sem poder ou ao menos ter
mente cansada beira o absurdo
e quase nunca a razão
mas o que é necessário pode não ser agradável

segunda-feira, 14 de junho de 2010

26/02/2010 – 03:29

Tentei tirar-te da cabeça, esquecer do teu sorriso por um minuto, mas parece impossível não remeter-me a lembranças tão doces. Eu a ti dedico cada palavra, sabendo porém de que tal sentimento seja contrário a tudo. Quando acordo és tu que me vem a mente, te procuro em vãos corredores, mas o tempo me deixa falhar. Escondes teus doces olhos por entre as mechas do teu cabelo e cada vez que encontro um olhar teu, me perco em tal profundidade nunca antes alcançada.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Transição

Eu vejo a fumaça do meu cigarro se esvair por entre meus dedos, nos arredores vejo casas, mas o que elas significam? Os pés dormentes, incoerentes, seguem passos já não existentes. O reconhecido se esconde por entre as árvores, e as letras estão por toda parte. Quem hei de junta-las novamente, se meus dedos escondem somente a fumaça? O céu está um tanto mais escuro porém carrega a mesma sensação de ardor que perpassa meu corpo. Quando será que a vida deixará de ser branca e passará a ser azul?

quinta-feira, 3 de junho de 2010

amor (?)

Das mais diversas formas de amar, concedo-te a mais pura. a que mesmo longe, preza sente perto, não ama de qualquer jeito, mas de um jeito único. Um que o sorriso mais tímido tira o suspiro mais profundo. E eu, o que faço sem ter a ti minha querida? Se todos os segredos da felicidade te entreguei e esqueci de anotar. Minha felicidade agora está em ti.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Tempo

Quero reinventar o tempo
Ter os ponteiros nas mãos
Algo sob inventado
Que reinvento na multidão
São meia dúzia de palavras
Atiradas pra cima
E as rimas, malditas rimas
Me perseguem onde quer que eu vá
O que fazer com elas
Se elas só andam em par?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

céu, onde, dia

Na manhã extirpada pela conquista
Minhas mãos não seguiam o ritmo
Tento ostentar o caos ao redor
E a vida, pós vida
Onde hei de recorrer?
As nuvens, minha querida
Continuam brancas como a neve
E eu?
Eu continuo caindo

caindo

caindo
Ando desprovido de sentidos
E quem pressupôs que deveria haver algum?

completar ou completo?

O que te completas? O que te faz inteiro? Tuas dúvidas serão errôneas a partir do momento que amares uma pessoa. E só Deus sabe como ela hei de te deixar sem saída. E o que mais esperas de uma alma vagante? E em que sorriso pudera eu fincar-me? Os desgastes que outrora sofri, não me fizeram parar, mas porque aos outros, trás tanta angustia e receio? Não espero de ti, mais do que o esperado, tendo apenas a seguir o ímpeto que reconforta minh’alma solitária. E se te descubro de tais sentidos, perdoa-me porque não sei o que faço então. Talvez eu seja fadada a solidão por não ter necessidades supridas por outrem. Mas se um dia este surgir, que disponha a entregar-se, me diga de tal louca mente insana anseia me completar, porque a esta alma dedicarei a minha, caso não o seja, estarei à margem do rio mais fundo, no pôr-do-sol mais vermelho. Se a coragem me faltar, Deus, me permita sentir a dor atinar em meu peito pra saber o quão longe eu consigo chegar.

terça-feira, 4 de maio de 2010

June Soon

Não minha querida, as coisas não são tão simples quanto parecem ser
O tempo, maldito o seja, nunca gostei dele mesmo
Porém a distância, outra desgraça da vida, mas se não fosse ela seria outra que outrora iria nos atingir
Pois bem, não há necessidade de razão nem motivo, mas o querer é fato, e quase que imediato
O do querer agora, nesse minuto, ser imediatista
Contudo, o imediato também anseia ser eterno, com esse mesmo sentimento de agora
Imagino porque o estar se encontra tão longe
E o gostar tão perto
Mas nunca me preocupei em entender nada
Então não irei começar agora
Enfim, não pergunte mais quando, pois este está chegando
Se pergunte como, assim será mais doce quando acontecer

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dante Li ♥

God damn, you make me feel alive
So please don't let me go
And walk with me til the eternity
Cause I should not be alone.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Poderia dizer o quanto o céu é azul
Ou como as nuvens assumem diferentes formas
Ou ainda então o quão brilhantes são seus olhos
Poderia dizer que a chuva me faz feliz
Ou que minha carteira de cigarro acabou
Poderia dizer o quão divertida é a vida
Ou como saber demais nem sempre é bom
Mas qual seria a graça em dizer coisas que você pode descobrir sozinha?

sábado, 3 de abril de 2010

Origem

E cá estou eu, com princípio de saudade
Ou apenas saudade, propriamente dita.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sentido

Arranque minha blusa, deturpe minha alma, queime minhas intenções, me dispa de interesses, me descontrole de emoções, quem sabe desse modo saberemos a resposta.

sábado, 20 de março de 2010

"O verdadeiro amor é aquele que consegue evitar sofrimentos desnecessários" - Paulo Coelho

sexta-feira, 19 de março de 2010

Os espinhos da rosa

Outros lábios não são tão doces quanto os teus
Doces lábios que não anseiam mais os meus
Teu olhar delata teu pensamento
E porque te entregas a tal sentimento?
Que quando meus dias eram dedicados a ti
Desprezaste meu amor com tal desterro
E teu perfume ainda está cravado em minha pele
Tal este que embriagada o mais sóbrio dos homens
Que tanto anseias de mim?
De que lugar fui tirado?
De que desventura fui acusado?
Olhos teus de profunda bondade
Resumiu-se a impureza de teu toque
E de qual face seria eu louco de não notar
As doces facetas do teu amor dissimulado

quarta-feira, 17 de março de 2010

O jogo

As palavras me fogem
E eu não sei como continuar
Mostre-me o seu jogo
Que eu quero aprender a jogar
Os espelhos refletem agora algo que não sou
E acabo me perdendo no vazio que me cobre
Você sabe o que me mudou
Você sabe onde eu quero chegar
E você sabe também que o amor é só um jogo

Caos

Você se divide entre os drinks e a fumaça
O pecado exala da sua pele
Os demônios que você te perseguem não estão mais lá
Apenas o ritmo a conduz
Segurando sua alma pelos dedos
As lembranças repartidas e incompletas a incomodam e angustiam
Seu coração insiste em sair do lugar
De olhos fechados você estremece com a batida
O último cigarro apagado no chão com extrema brutalidade
A faz perceber a brevidade da vida
O caos é um conforto quando o mundo parece parar de girar

domingo, 14 de março de 2010

Fogo

Perdi-me em olhos teus
Brilhantes olhos que me trouxeram amor
E com tal franqueza
Pude enxergar-te com a certeza
De que era eterno
Mas, óh coração, que bates em vão
Aqueles olhos que tanto sonhaste
Foram arrancados de ti com asas de fogo
E se perderam em escuros vales
Com a destreza da solidão
Que te deixou só em profundos rios
Cuja margem não conseguiste alcançar

Anjo

Tuas asas, reluzentes asas
Que o sol reflete com esplendor
Enormes sombras divinas
Com formas perfeitas do amor
Expondo sedentos desejos
Tal como anseio doces lábios
Despondo de vastos cortejos
Reluto contra tal sentimento
Que em cada desventura
Me deixou tantos tormentos

sábado, 13 de março de 2010

Vazio

No teu sorriso encontrei meu amor que de sincero é o mais profundo
Não procurei porque estávas ao meu lado o tempo todo
E o tempo que perdi procurando preencher o vazio que me rodeava
Pude enfim perceber que quem eu quero és tu
Meu coração pulsa apenas por ti e serei eternamente tua
Me lisonjeio por ter-te ao meu lado
Pude em tua voz encontrar meu acalanto
E minha alma, repousa em paz, unida a tua
Meu caminho derradeiro agora, se expõe com nitidez e clareza
Sem ti, não serei nada, porque minha vida agora és tu
E meus lábios são exclusivos teus
Meus olhos só atentam contemplar a tua beleza
E minhas mãos a segurar as tuas
Grande amor será o nosso, que causará inveja nos corações mais impuros
Não deixe que roubem nossa felicidade
Porque olhos maldosos a queirão pra si
Nosso amor é único e imutável
Cuide-o para que sempre o tenhamos por perto
Tiras meu sono porque dedico meus pensamentos a ti
E toda vez que recosto no travesseiro e fecho os olhos
A tua imagem me vem a cabeça
Então suplico-te para que não me esqueças
Porque serei uma alma vagante sem a tua para me guiar

sexta-feira, 12 de março de 2010

Vão momento

Cobiço lábios teus com tal intensidade, que quando não os tenho, me conservo a ti. Não desejo tocar nenhuns outros que não os teus. Suas mãos em minhas pernas, eu nunca vou esquecer de que vontade as tocava, e olhos teus que me fazem perder os sentidos, são os únicos que anseio contemplar. Amor teu guardarei em segredo no gozo d’alma que deleita-se em tais seios fartos de calunia e subversão. Tal acalento é alimento para a alma que sozinha te procura em palavras mudas de cartas que me escrevias com sentimento devastador que agora flutua em águas calmas do esquecimento. Já em outros braços esqueces de como nossos lábios se uniam com perfeição. Mas minha alma que segue teus passos te esperará, como a flor desfalecida espera o raio de sol que deve aquece-la, a gota de orvalho que pode anima-la, o hálito da brisa que vem bafeja-la. Porque pra mim o único céu que hoje me sorri, são teus olhos. Te esperarei minha amada, nem sequer olharei os ponteiros, porque sei que a eternidade nos espera, para unirmos alma e corpo, corpo e alma em um só. Dedico-te minha vida e meus versos que escrevo com vã esperança de tocar de novo teu coração, agora aquecido por amor outro que não o meu.

O mundo gira

O copo de martine pela metade com a marca de batom vermelho na beirada

Deixado em cima da mesa ao lado do bar

Fez meu corpo inteiro se arrepiar

Eu sabia que ela estava ali

Meus olhos desesperados a procuraram por todos os cantos da sala

Mas a luz apagada e o globo de luz fixado no centro não ajudaram em minha procura

Senti seu perfume me envolver e seus lábios na minha nuca

Sussurrando se eu havia sentido a sua falta

Virei-me e senti nossos corpos se encaixarem com perfeição

Nossos lábios se encontraram novamente

Exatamente como da última vez

O mesmo gosto de martine com menta de sua língua

O mesmo vestido vermelho que me deixou amargas lembranças

Naquele momento, me divertiam em um ritmo perturbador

Nossas mãos entrelaçadas e nossos corpos colados

Entravam conflito como céu e inferno

Levei-a pro quarto sem ao menos perguntar como ela estava

Joguei-a na cama com a mesma voracidade com que me deixou

Seus olhos cor de mel, me fixavam como se pedissem por mais

Seus lábios vermelhos me tentavam à alcança-los

Seu jeito cínico e cheio de subversão

Deixaram-me com nenhuma escolha

Resistir parecia impossível

Seus gemidos e meus suspiros

Faziam a trilha sonora perfeita para aquela noite

Meus lábios percorreram seu corpo, fazendo-a esquecer de quem somos

De onde estamos e o que acontecera

Nós sabíamos que aquela seria a última vez

Sabíamos o que iria acontecer dali pra frente

Mas ela não parecia ligar, a única coisa que ambas queriam

Era estar ali, naquele momento

Beijava seu pescoço e mordia sua orelha

E isso a fazia gemer cada vez mais alto

Fazendo tudo parecer cada vez mais insano

Sentei-me na beira da cama e ela sentou em meu colo

Rebolando e me fazendo enlouquecer com suas curvas

Sorrindo a cada suspiro meu

Naquele momento erámos o mais doce dos pecados

Exaustas, adormecemos com a certeza de que havia valido a pena